A justiça dos Estados Unidos autorizou, nesta sexta-feira, a deportação do ativista Mahmoud Khalil, estudante de pós-graduação da Universidade de Columbia. Khalil, que liderou protestos pró-Palestina no último ano, enfrenta acusações de antissemitismo levantadas pelo Secretário de Estado, Marco Rubio.

Rubio alega que Khalil participou de “protestos antissemitas e atividades disruptivas, que promovem um ambiente hostil para estudantes judeus nos EUA”. O Secretário de Estado informou ter recebido informações do Departamento de Segurança Interna, concluindo que a permanência de Khalil no país prejudicaria a política externa americana de combate ao antissemitismo.

Durante a audiência, a juíza Jamee Comans, do centro de detenção na Louisiana onde Khalil está detido, declarou não ter autoridade para questionar a determinação de Rubio. Os advogados de Khalil, contudo, afirmam que irão recorrer da decisão caso a deportação seja confirmada.

Comans concedeu a Khalil um prazo até 23 de abril para solicitar a suspensão da deportação, caso seus advogados encontrem justificativas legais para tal. Caso contrário, a juíza ordenará a deportação para a Síria, país natal de Khalil, ou para a Argélia, onde ele possui cidadania.

Um dos advogados de Khalil, Marc van der Hout, expressou preocupação com o precedente que o caso pode abrir. “Se Mahmoud pode ser alvo desta forma, simplesmente por se manifestar em favor dos palestinos e exercer seu direito constitucional à liberdade de expressão, isso pode acontecer com qualquer um”, alertou van der Hout.

Para justificar a deportação, as autoridades americanas invocaram uma lei federal de 1952, a Lei McCarran-Walter, que confere ao Secretário de Estado o poder de considerar a presença de um estrangeiro como ameaça aos objetivos da política externa dos EUA.

Khalil, residente permanente legal nos EUA com um *green card*, foi detido em 8 de março em Nova York, onde reside com sua esposa, que é cidadã americana. Paralelamente ao processo de deportação, um tribunal federal de Nova Jersey analisa a legalidade da prisão de Khalil.

Fonte: http://revistaoeste.com