Uma série de ataques coordenados a pelo menos oito penitenciárias francesas, incluindo disparos com armas automáticas e incêndios de veículos, tem gerado crescente preocupação no país. Os incidentes, que começaram no último domingo (13), acenderam o alerta máximo nas autoridades, que investigam as motivações por trás da audaciosa onda de violência. Felizmente, até o momento, não há registro de vítimas fatais ou feridos.

O ministro da Justiça, Gerald Darmanin, classificou os ataques como uma resposta à intensificação da repressão governamental ao tráfico de drogas. Em declaração contundente, Darmanin anunciou que visitará Toulon e planeja a construção de novas prisões de segurança máxima, visando isolar e neutralizar a ação de narcotraficantes que operam de dentro das cadeias.

“As instalações prisionais estão sujeitas a tentativas de intimidação que vão desde a queima de veículos até disparos de armas automáticas”, afirmou o ministro em postagem no X (antigo Twitter). “A República enfrenta o tráfico de drogas e está tomando medidas que vão desestruturar profundamente as redes criminosas. Ela é desafiada e será firme e corajosa”.

A prisão de Toulon foi diretamente atingida por disparos, conforme relatado pelo sindicato dos funcionários penais. Além disso, atos de vandalismo com veículos incendiados foram registrados em Villepinte, Nanterre, Aix-Luynes e Valence. Em Nancy, um agente penitenciário foi alvo de ameaças em sua residência, enquanto em Marselha, criminosos tentaram provocar um incêndio.

Diante da escalada da violência, o Escritório Nacional do Procurador Antiterrorismo (PNAT) assumiu a liderança nas investigações, com o apoio da agência de inteligência doméstica francesa, a DGSI. Darmanin classificou os ataques como “extremamente graves” e expressou satisfação com a atuação da Procuradoria Antiterrorismo, chegando a considerá-los como “ataques terroristas”.

As letras “DDPF”, cuja possível tradução seria “direitos dos prisioneiros franceses”, foram encontradas pichadas em diversos locais atacados, levantando suspeitas sobre a possível autoria dos ataques por um grupo extremista. No entanto, Wilfried Fonck, secretário nacional do sindicato dos funcionários penais, declarou desconhecer a existência de qualquer movimento com essa denominação nas prisões francesas.

Em resposta imediata aos ataques, o ministro do Interior, Bruno Retailleau, ordenou que prefeitos, polícias e a gendarmaria reforcem a proteção dos funcionários penais e das prisões em todo o país. Segundo o sindicato dos funcionários penais, “esses ataques direcionados, covardes e hediondos visam a aterrorizar aqueles que representam a autoridade do Estado e garantem a segurança de todos diariamente, mesmo ao custo de sua própria paz de espírito”.

Para combater o crescente poder do narcotráfico, Gerald Darmanin propôs uma série de medidas, incluindo a construção de novas prisões de segurança máxima. O objetivo principal é isolar os líderes do tráfico, que, segundo as autoridades, continuam a comandar seus negócios ilícitos de dentro das cadeias. A França enfrenta um aumento significativo na violência ligada ao narcotráfico, impulsionado por um fluxo recorde de cocaína da América do Sul para a Europa.

Fonte: http://revistaoeste.com