O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, gerou questionamentos ao antecipar sua viagem a Trancoso, na Bahia, utilizando um voo oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). A mudança permitiu que ele desfrutasse de um fim de semana prolongado no famoso destino turístico antes de sua participação em um congresso de Direito Tributário.

Inicialmente, a viagem estava programada para o dia 7 de abril, coincidindo com o início do Congresso Internacional de Direito Tributário no Clube Med Trancoso. No entanto, Barroso embarcou no Rio de Janeiro na tarde do dia 4, chegando a Porto Seguro e seguindo para o Hotel Fasano, um estabelecimento de luxo com diárias a partir de R$ 3 mil, onde passou o fim de semana.

Acompanhado de sua namorada, Rita Nolasco, procuradora da Fazenda Nacional, Barroso participou do congresso organizado pelo Instituto de Aplicação do Tributo. O evento, que visava discutir temas relevantes do sistema tributário nacional, contou com o patrocínio de grandes empresas e bancos, como Itaú, Ambev e Tim, que possuem interesses diretos em ações tramitando no STF.

Após sua participação no congresso, na tarde do dia 7, Barroso retornou ao Rio de Janeiro também em uma aeronave da FAB, decolando de um aeroporto particular em Trancoso. Essa utilização de recursos públicos para fins que se estendem além da agenda oficial levanta debates sobre a ética e a transparência no uso de voos da FAB por autoridades.

Em resposta às críticas, a assessoria do ministro Barroso afirmou que ele “viajou a Trancoso para participar do congresso de Direito Tributário” e ressaltou que, como chefe do Poder Judiciário, ele tem o direito de utilizar aviões da FAB para viagens oficiais. Contudo, a antecipação da viagem e a hospedagem em um hotel de luxo geram questionamentos sobre a necessidade do uso do recurso público.

Fonte: http://www.revistaoeste.com