Em um movimento que intensifica a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, o governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de tarifas de até 245% sobre produtos chineses considerados estratégicos. A medida, oficializada por um decreto, visa setores críticos para a segurança nacional e a indústria de defesa americana. A decisão reacende tensões e levanta preocupações sobre o futuro do comércio global.

O decreto presidencial autoriza uma investigação sob a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, um mecanismo que permite tarifas em casos de ameaça à segurança nacional. O foco está na dependência americana de minerais críticos processados e seus derivados, muitos dos quais são amplamente produzidos e exportados pela China. O Secretário de Comércio dos EUA conduzirá a investigação, avaliando vulnerabilidades e possíveis soluções comerciais.

A Casa Branca justifica a medida citando explicitamente as restrições chinesas à exportação de materiais tecnológicos essenciais, como gálio, germânio e antimônio, alguns com potencial aplicação militar. A suspensão chinesa das exportações de metais pesados de terras raras e ímãs de terras raras, usados em setores como defesa e aeroespacial, também pesou na decisão. O governo americano alega que essas ações representam uma ameaça à sua segurança econômica e nacional.

A tarifa de 245% é uma combinação de diferentes medidas, incluindo uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para combater a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos. De acordo com o decreto, o governo Trump busca “nivelar o campo de jogo” e proteger a segurança nacional americana. A medida afeta produtos de aço e alumínio, já tarifados em 25%, e inclui investigações sobre importações de cobre e madeira.

Setores como componentes de motores a jato, sistemas de guiagem de mísseis, computação avançada, radares, óptica avançada e equipamentos de comunicação segura estão no centro da disputa. A Casa Branca enfatiza que a dependência de fontes estrangeiras, especialmente de “nações adversárias”, expõe a economia e o setor de defesa a interrupções e coerção econômica. Resta saber como a China responderá a essa escalada, e quais serão os impactos no cenário comercial global.

Fonte: http://revistaoeste.com