A Suprema Corte dos Estados Unidos interveio no sábado, suspendendo a deportação de imigrantes venezuelanos acusados de envolvimento com a facção criminosa Tren de Aragua. A decisão interrompeu a transferência dos detidos, que estavam no Texas, para uma prisão de segurança máxima em El Salvador. O caso reacende o debate sobre os limites da política de imigração americana.

A ordem de deportação, emitida pelo governo, baseava-se em uma legislação do século XVIII raramente utilizada em tempos de paz. A medida havia sido justificada sob a Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, que historicamente foi acionada apenas em situações de guerra, como a Guerra de 1812 e as Guerras Mundiais. A administração argumentava que a Venezuela estaria facilitando a entrada de criminosos nos EUA, representando uma ameaça à segurança nacional.

A utilização dessa lei despertou críticas de grupos de direitos civis. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) apresentou um recurso emergencial, alegando que os venezuelanos detidos não têm ligação comprovada com o crime organizado. “A maioria nunca cometeu crimes nos Estados Unidos”, afirmam os advogados, denunciando o que consideram critérios subjetivos e discriminação étnica nas prisões.

A petição da ACLU alertava para a iminência da deportação, motivando a intervenção da Suprema Corte. Diante do risco de envio imediato dos imigrantes, o tribunal determinou a suspensão da medida até que o caso seja devidamente analisado. O futuro dos venezuelanos e a legalidade da aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros permanecem incertos.

Fonte: http://revistaoeste.com