Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, retorna do recesso da Páscoa sob forte pressão. Após negociar a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro com o PL e o PT, Motta agora precisa equilibrar as expectativas conflitantes das duas legendas.

No centro do debate, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deve lembrar Motta do compromisso do governo Lula de não pautar o projeto. Em contrapartida, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) intensificará a cobrança para que a promessa feita ao PL de não impedir o avanço da proposta seja cumprida.

O impasse reside nas diferentes garantias que Motta teria dado durante sua campanha à presidência da Câmara. Essa situação gerou um clima de desconfiança entre os líderes, que agora expõem publicamente as negociações.

Apesar das divergências, tanto Gleisi Hoffmann quanto Sóstenes Cavalcante afirmaram publicamente confiar na palavra de Hugo Motta. “Temos a palavra dele de que não impediria o avanço da proposta. Eu confio na palavra do presidente Hugo Motta”, declarou Sóstenes à Revista Oeste.

Contudo, a confiança não é unânime. O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) criticou a postura ambígua de Motta. “Falou o que cada partido queria ouvir, acendeu uma vela para Deus e outra para o diabo”, afirmou Sanderson, prevendo dificuldades futuras para o presidente da Câmara.

Fonte: http://www.revistaoeste.com