Jason Miller, influente conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, lançou duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elevando a tensão entre figuras políticas de ambos os países.

As declarações inflamadas vieram à tona após a publicação de uma entrevista de Moraes à revista norte-americana *New Yorker*, onde o ministro abordou temas sensíveis como a suspensão da plataforma Rumble no Brasil e seu papel na defesa da democracia.

Miller não poupou palavras ao descrever Moraes como “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”, expressando sua indignação em postagens nas redes sociais.

Na entrevista, Moraes minimizou as críticas, ironizando a possibilidade de ser acusado de “perseguir Trump também”. O ministro enfatizou que não se deixaria influenciar por pressões externas, inclusive dos Estados Unidos. “Eles podem entrar com ações judiciais, podem fazer Trump falar”, afirmou Moraes à *New Yorker*.

A revista também apresentou críticas à atuação do STF, mencionando que, ao investigar ataques virtuais, a corte brasileira assume os papéis de “vítima, acusador e juiz”. A nomeação de Moraes ao STF foi feita pelo ex-presidente Michel Temer, após o então ministro prender responsáveis por hackear o telefone de sua esposa.

A relação entre Miller e Moraes já é marcada por atritos. Em 2021, o conselheiro de Trump foi detido pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília por ordem do ministro, quando planejava participar de um evento conservador.

Após ser interrogado por três horas e liberado, Miller comparou Moraes a “um vilão de James Bond”, demonstrando seu descontentamento com o poder dos juízes no Brasil, que podem “emitir intimações e mandar prender pessoas”. A detenção de Miller ocorreu no âmbito do inquérito das *fake news*, conduzido pelo STF.

Apesar do episódio, Miller declarou que seu objetivo de promover a liberdade de expressão permanece inalterado. A presença de Miller no Brasil em 2021 tinha como objetivo promover sua rede social, Gettr, no CPAC, e ele chegou a se encontrar com o então presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: http://revistaoeste.com