O Equador vai às urnas neste domingo, 13, em uma eleição presidencial crucial que definirá o rumo do país, marcado por uma profunda crise de segurança e forte polarização política. A disputa acirrada entre Luisa González, da esquerda, e Daniel Noboa, da centro-direita, expõe as divisões da sociedade equatoriana em meio a desafios econômicos e um aumento alarmante da violência.

As pesquisas de intenção de voto apontam para um empate técnico, refletindo a incerteza do eleitorado. A empresa Comunicaliza indica Noboa ligeiramente à frente, com 50,3% dos votos válidos, enquanto a Telcodata mostra González com 50,2%. Essa margem estreita intensifica a expectativa para o resultado final.

Luisa González, advogada de 47 anos, busca se tornar a primeira mulher presidente do Equador, representando o partido Revolução Cidadã. Daniel Noboa, empresário de 37 anos, concorre à reeleição pelo partido Ação Democrática Nacional (ADN) após vencer as eleições antecipadas de 2023.

A escalada da violência e o narcotráfico dominam o debate público. Recentemente, Noboa decretou estado de exceção em várias províncias, em Quito e no sistema prisional, alegando a necessidade de conter o crime organizado. González, por sua vez, criticou a troca de sua equipe de segurança, classificando a medida como “irresponsável”.

A segurança pública se tornou a principal pauta das eleições equatorianas. A presença de forças armadas nas ruas, autorizada por Noboa desde 2024, não conseguiu deter o avanço da criminalidade. Nos primeiros meses de 2024, o país registrou mais de 1,5 mil homicídios. Embora a taxa tenha diminuído, o Equador ainda figura entre os países mais violentos da América Latina.

Além da segurança, a economia é um ponto crucial. A dívida pública atinge 57% do PIB, e o desemprego combinado com o subemprego afeta 23% da população. Os candidatos apresentam visões opostas: Noboa defende políticas neoliberais, enquanto González propõe um Estado mais forte e assistencialista.

A polarização política é outro fator determinante. Rafael Correa, ex-presidente e mentor de González, exilado na Bélgica após condenação por corrupção, mantém forte influência na política local. O Equador decide, neste domingo, qual caminho seguirá em meio a desafios complexos e urgentes.

Fonte: http://revistaoeste.com