O Departamento de Estado dos EUA gerou debate ao reiterar que a concessão de vistos americanos é um privilégio, não um direito incondicional. A declaração, divulgada na conta em português do órgão no X (antigo Twitter), ressalta que o acesso aos Estados Unidos é reservado àqueles que contribuem positivamente e respeitam as leis e valores do país. A mensagem veio à tona em um momento de discussões sobre políticas de imigração e tratamento de minorias.
A postagem, atribuída ao secretário Marco Rubio, destaca um card com a frase: “Visitar os Estados Unidos não é um direito. É um privilégio concedido àqueles que respeitam nossas leis e valores”. Essa comunicação oficial ocorre em meio a recentes controvérsias envolvendo a alteração de vistos de deputadas brasileiras trans, levantando questões sobre a aplicação das políticas de gênero nas emissões de documentos.
A polêmica ganhou força após as deputadas federais Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (Psol-SP) denunciarem alterações em seus vistos para o gênero masculino. Duda Salabert, inclusive, teve o documento alterado durante o processo de renovação, justamente quando havia sido convidada para um curso sobre desenvolvimento infantil em parceria com a Universidade Harvard. A deputada expressou sua indignação nas redes sociais, argumentando que sua identidade de gênero, legalmente reconhecida no Brasil, estava sendo ignorada pelo governo americano.
Erika Hilton também relatou ter enfrentado situação semelhante ao tentar obter um novo visto para os Estados Unidos, com base em dados que desconsideravam sua identidade de gênero. A parlamentar, que participaria de um painel sobre “Diversidade e Democracia” nos EUA, acabou cancelando sua viagem devido à mudança no visto. O caso gerou debates sobre a postura do governo americano em relação aos direitos LGBTQIA+ e o reconhecimento da identidade de gênero de estrangeiros.
A declaração do governo americano sobre vistos também coincide com a suspensão, pela Suprema Corte dos EUA, da deportação de imigrantes venezuelanos. A medida faz parte de uma promessa de campanha de deportar imigrantes que entraram ilegalmente no país. Assim, a mensagem sobre os vistos surge em um contexto complexo de políticas de imigração, direitos de minorias e relações internacionais.
Fonte: http://revistaoeste.com
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