A China intensificou a disputa comercial com os Estados Unidos ao proibir suas companhias aéreas de receber novas aeronaves da Boeing. A medida drástica surge como resposta direta às tarifas de 145% impostas pelo governo americano sobre produtos chineses, elevando a tensão entre as duas maiores economias do mundo. Pequim sinaliza, assim, sua determinação em retaliar as ações de Washington, impactando um setor crucial da indústria aeroespacial.
Além de barrar novas entregas, o governo chinês instruiu empresas locais a suspenderem a compra de peças e equipamentos aeronáuticos fabricados nos EUA, conforme reportado pela Bloomberg. Essa orientação deverá onerar a manutenção de aeronaves já em operação no país, criando um cenário desafiador para as companhias aéreas chinesas.
A situação pode beneficiar a Airbus, concorrente europeia da Boeing, que já possui uma forte presença no mercado chinês. As ações da Boeing recuaram 3% no pré-mercado, enquanto os papéis da Airbus subiram 1%, refletindo a mudança no cenário competitivo. “A Airbus deve ampliar ainda mais seu espaço, ao lado da estatal COMAC”, aponta a Bloomberg, indicando uma possível reconfiguração do mercado.
A decisão de Pequim ocorre apenas uma semana após o anúncio das tarifas americanas, que atingiram 125%. O governo chinês também estuda formas de compensar as companhias aéreas pelos custos adicionais decorrentes das tarifas impostas. A Boeing, por sua vez, enfrenta dificuldades desde o incidente de janeiro, quando a porta de um jato explodiu, resultando em perda de valor de mercado.
Analistas alertam que essa escalada na disputa comercial pode prejudicar significativamente o comércio bilateral, estimado em mais de US$ 650 bilhões apenas em 2024. A aviação civil, com suas cadeias de produção globalizadas, emerge como um dos setores mais vulneráveis a essa crescente tensão entre as duas potências.
Fonte: http://revistaoeste.com
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