O governo de Nicolás Maduro elevou o nível de repressão contra a imprensa na Venezuela com a prisão da jornalista Nakary Mena, do *Impacto Venezuela*, e de seu marido, Gianni González. A detenção, que ocorreu no dia 10 de abril, é justificada sob as acusações de “instigação ao ódio” e “divulgação de notícias falsas”, segundo informações da organização Espacio Público. O casal ficou desaparecido por mais de 70 horas, gerando grande preocupação entre familiares e colegas.
Mena havia finalizado uma reportagem sobre o aumento alarmante de roubos na região da Plaza Venezuela, em Caracas, pouco antes de seu desaparecimento em 8 de abril. Após informar que estava a caminho de casa, seu paradeiro tornou-se desconhecido, levantando suspeitas imediatas sobre a ligação entre seu trabalho jornalístico e o sumiço.
Atualmente, Nakary Mena está detida no Instituto Nacional de Orientação Feminina (INOF), em Los Teques, enquanto Gianni González encontra-se no Internado Judicial Rodeo II, ambos localizados no Estado de Miranda. As informações foram confirmadas pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), que tem acompanhado o caso de perto.
A Espacio Público manifestou sua indignação e exigiu a imediata cessação da perseguição aos profissionais da imprensa. “Exigimos que as autoridades cessem a perseguição aos trabalhadores da imprensa, assim como o impacto direto em seus familiares, e garantam o direito à liberdade de expressão de todas as pessoas”, declarou a organização em comunicado oficial.
Familiares de Mena registraram o desaparecimento junto ao Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais (CICPC) e buscaram informações em sedes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), sem sucesso. Um dia antes da prisão, um jornalista do portal governista Venezuela News criticou a reportagem de Mena, acusando-a de divulgar informações sem fontes ou dados, o que demonstra um possível direcionamento da perseguição.
Organizações de defesa da liberdade de imprensa denunciam a falta de transparência no acesso a informações oficiais na Venezuela, dificultando o trabalho dos jornalistas. A Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da CIDH apelou ao Estado venezuelano para garantir os direitos humanos de Nakary Mena e evitar retaliações por sua atuação profissional. A prisão de Mena e González evidencia a crescente repressão do regime de Maduro contra a imprensa independente, buscando silenciar vozes críticas e ocultar a realidade do país.
Fonte: http://revistaoeste.com
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