O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durante a campanha eleitoral passada, fez da luta contra a misoginia uma de suas principais bandeiras, tem sido alvo de críticas. Em agosto de 2023, o petista enfatizou a importância do “empoderamento feminino” para o desenvolvimento nacional, criando uma expectativa em torno de suas ações e discursos.
Apesar do discurso de valorização da mulher, o presidente Lula tem se envolvido em declarações consideradas machistas, gerando controvérsia e questionamentos sobre a coerência entre suas palavras e atitudes. A mais recente dessas falas ocorreu recentemente, reacendendo o debate sobre o tema e provocando reações diversas.
Durante um evento em São Paulo, Lula se referiu à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, como “mulherzinha”, ao relembrar um encontro durante a Cúpula do G7. A declaração gerou críticas e levantou questionamentos sobre o tom utilizado pelo presidente em relação a figuras femininas de destaque.
Este não é um caso isolado. Em março, Lula já havia causado polêmica ao afirmar que escolheu uma “mulher bonita” para um cargo ministerial, com o objetivo de facilitar o diálogo com líderes do Congresso. A declaração, que se referia a Gleisi Hoffmann, gerou debates sobre a objetificação da mulher na política.
Curiosamente, enquanto a bancada feminista do Partido dos Trabalhadores (PT) se manteve em silêncio diante das falas de Lula, criticou o deputado federal Gustavo Gayer, que acusou o presidente de oferecer Gleisi Hoffmann “como um objeto”. Essa postura seletiva tem sido alvo de questionamentos e levanta dúvidas sobre a consistência do posicionamento em defesa das mulheres.
Em outro episódio, em julho do ano anterior, Lula chegou a declarar que, no caso de um agressor de mulheres ser torcedor do Corinthians, “tudo bem”. A fala, que buscava comentar um estudo sobre o aumento da violência doméstica após jogos de futebol, foi duramente criticada, inclusive pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que afirmou: “Não dá para aceitar piadinha de nada nem de ninguém”.
Diante desse cenário, a questão que se impõe é: como conciliar o discurso de defesa da igualdade de gênero com as recentes declarações do presidente Lula? O debate está aberto e a sociedade aguarda respostas.
Fonte: http://www.revistaoeste.com
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