Em entrevista à Fox News, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou um alerta aos países da América Latina, sugerindo que a crescente influência da China na região pode forçá-los a escolher entre Washington e Pequim. A declaração reacende o debate sobre a geopolítica regional e a disputa por influência entre as duas maiores potências mundiais. Trump expressou preocupação com a presença chinesa, especialmente no estratégico Canal do Panamá.
Trump mencionou o grande volume de navios chineses que utilizam o Canal do Panamá, um ponto nevrálgico do comércio global. Segundo o ex-presidente, seu governo estaria trabalhando com o Panamá para avaliar e responder a essa situação. A declaração de Trump surge em um momento em que o Panamá recentemente optou por não renovar a Iniciativa Belt and Road com a China, sinalizando um possível realinhamento com os Estados Unidos.
A Iniciativa Belt and Road, também conhecida como Nova Rota da Seda, é um ambicioso projeto de infraestrutura global liderado pela China, visando fortalecer o comércio e a conectividade com diversos países. Trump questionou se outros países latino-americanos deveriam seguir o exemplo panamenho de distanciamento da iniciativa chinesa. A resposta foi afirmativa, indicando a visão do ex-presidente sobre a necessidade de conter a expansão chinesa na região.
O Secretário de Defesa durante o governo Trump, Pete Hegseth, ecoou as preocupações do ex-presidente, referindo-se à América Latina como o “quintal” dos EUA. Hegseth criticou a administração Obama por, segundo ele, ter ignorado a crescente influência chinesa na região. Ele enfatizou que Trump estaria determinado a reverter essa situação, reforçando o papel dos Estados Unidos na América Latina.
Em resposta às declarações de Trump e Hegseth, a China acusou os Estados Unidos de manterem uma mentalidade de Guerra Fria. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, criticou o que chamou de “difamação e ataque” repetidos à China, além da disseminação da “teoria da ameaça chinesa” por parte do governo americano. A disputa retórica sinaliza uma crescente tensão entre as duas potências em relação à América Latina.
Fonte: http://revistaoeste.com
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