A Câmara Municipal de Curitiba pode revogar o título de cidadão honorário concedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em 2002. O vereador Guilherme Kilter (Novo) protocolou um projeto de lei que, além de retirar a honraria, declara o ministro como “persona non grata” na capital paranaense. A medida é uma resposta às declarações consideradas ofensivas de Mendes em relação à cidade e à Operação Lava Jato.
O estopim para a iniciativa foi a fala de Gilmar Mendes durante o Brazil Conference, nos Estados Unidos, onde ele se disse orgulhoso do “desmanche da Lava Jato”, classificando-a como uma “organização criminosa”. Para Kilter, as declarações do ministro representam um ataque direto às instituições e à imagem de Curitiba.
Mendes já havia gerado controvérsia em maio, ao afirmar no programa Roda Viva, da TV Cultura, que “Curitiba gerou Bolsonaro e o fascismo”. Essas declarações, somadas às críticas recentes à Lava Jato, intensificaram o debate sobre a adequação da manutenção do título de cidadão honorário. O vereador Kilter argumenta que a homenagem se tornou incompatível com as reiteradas críticas do ministro à cidade.
“Manter o título honorário seria incompatível com a homenagem, que deve honrar contribuições positivas à cidade”, declarou Kilter. O projeto de lei não se limita à questão do título honorário. Ele também propõe que Curitiba seja oficialmente reconhecida como o “Berço do Combate à Corrupção no Brasil”, buscando valorizar o legado da Operação Lava Jato.
Além disso, a proposta inclui medidas para preservar a memória da operação, como a instalação de placas comemorativas e o estímulo à produção de conteúdo sobre o tema. O projeto de lei agora seguirá para discussão e votação na Câmara Municipal, onde o debate promete ser acalorado. O futuro do título de cidadão honorário de Gilmar Mendes está nas mãos dos vereadores curitibanos.
Fonte: http://www.revistaoeste.com
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