Denúncias sobre os radares ficam sob sigilo na administração Greca.

A vencedora da concorrência sofreu acusações de praticar multas fraudadas em São Paulo, para aumentar o caixa.

Um leitor do ramo de tecnologia, atuando em São Paulo, teve conhecimento por um empresário da Capital Paulista das denúncias de irregularidades na licitação e contrato da empresa Fiscalltech. O assunto, na verdade, foi consistentemente enfocado por este site/coluna, abordado em detalhes, na semana, sem que nenhuma das partes desmentisse a informação jornalística.

Segundo esse empresário paulista, o grupo empresarial teria cometido impropriedades, a começar pela documentação apresentada; essa falha na documentação deveria acabar gerando a desclassificação da empresa. A situação de irregularidade com a documentação foi denunciada. No entanto, não se tem notícia de qualquer manifestação da administração municipal a respeito. Pelo contrário, a Municipalidade lavrou o contrato com a empresa em situação irregular. Não se interessou em apurar a anomalia denunciada.

“NADA OBSTA”

Uma fonte do gabinete da Secretaria de Governo da Prefeitura diz que o prefeito, num momento de euforia diante dessa nova etapa dos radares, teria sacado seu raquítico latim de cozinha, decretando: “Nihil obstat, assine-se o contrato…” Quer dizer: o alcaide reconheceu que nada obstava a sacramentação da empresa em situação irregular, de ser contratada pela Prefeitura.

Pois é, situações como essa, que caminham para ser corriqueiros em Curitiba, merecem muito mais do que a lástima surrada – “Ó tempos, ó costumes…” Mesmo assim – ou até por essa flácida relação que a Prefeitura se permite ter com empresas em situação ilegal – cabe perguntar: Afinal, quem determinou segurar as denúncias das irregularidades citadas; pois elas correm em segredo?

ALÉM DE IMPROBIDADE

Além da ação de improbidade, que responde em Paranaguá, já noticiada neste site, em tempos passados a empresa se envolveu em um escândalo com radares instalados no DER no Estado de São Paulo. Segundo reportagem da época, os radares não estavam de acordo com uma portaria do INMETRO.

Essa portaria determina modificações na selagem do equipamento e tinha por finalidade garantir um grau maior de inacessibilidade aos dispositivos de regulagem dos equipamentos para dificultar fraudes.

Veja o noticiário do G1: (http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1334140-9658,00-DERSP+CANCELA+MULTAS+DE+RADAR+EM+RODOVIAS+POR+FALTA+DE+LACRE.html)

MANIPULAÇÃO DE RADARES

Segundo ainda a notícia da Globo, na época, Valmir Ditomaso, diretor técnico do Departamento de Metrologia Legal e Fiscalização do Ipem-SP, não descartou a possibilidade de a empresa ter manipulado os radares.

Na ocasião do episódio paulista, denúncias indicariam a possibilidade de radares speed control 2 da empresa Fiscaltech, (instalados na Rodovia Roberto Magalhães Teixeira, na altura do quilômetro 49, em Valinhos, e na D. Pedro I, no quilômetro 142, Município de Campinas), estarem multando irregularmente. Para fazer caixa? Essas irregularidades consistiam na fraudulenta aplicação de multas em motoristas que longe estavam de ultrapassar o limite de velocidade.

Dona Matilde, a idosa funcionária pública, repórter da coluna, chegou a ousar pergunta a um burocrata do Gabinete do Prefeito: – Você já pensou se os novos donos dos radares trouxerem essa expertise para Curitiba? Quanto a administração Greca irá faturar?

CONSILUX AGAIN

Nunca o velho adágio foi tão apropriado quanto no momento do “imbróglio” dos radares: ”M…, quanto mais mexe, mais…” Pois, ainda segundo observação da fonte empresarial da paulicéia, “se bens verificados os detalhes dessa operação dos radares, chegaremos à conclusão que os produtos da Fiscalltec utilizados em SP (speed control) também são da mesma marca do equiiamento da Consilux.

Para refrescar a memória do leitor: a Consilux é a empresa que detinha a exploração dos serviços de radares em Curitiba, uma devedora de impostos (ICS) e com outras contas a prestar ao fisco municipal. Ela vinha se mantendo no “pódio” de prestação de serviços à Prefeitura de Curitiba, apesar, até, de decisão TCE que a penalizou.

Ninguém confirma, mas a suspeita persiste dentro da própria Prefeitura: seriam a Consilux e a Fiscalltech associadas na licitação? (https://www.consilux.com.br/pt/categoria/speed-control-ii/)