A PF em Curitiba investigando irregularidades em contratos da Prefeitura na Operação Placebo?

Tem sede em Curitiba e é contratada pela prefeitura daqui uma das empresas citadas nas investigações que levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Placebo, esta manhã, no Rio de Janeiro.
A PF apura indícios de irregularidades em contratos emergenciais para construção e operacionalização de hospitais de campanha no governo de Wilson Witzel para enfrentar a pandemia de Convid-19. O montante passa dos R$ 835 milhões.
Em meio a esse total está uma parcela de R$ 166 milhões para a OZZ Saúde, a mesma empresa que opera no bairro Cabral e é responsável pelos serviços do SAMU curitibano, contratada pela Secretaria Municipal de Saúde.
As conexões curitibanas com a OZZ levam a outras duas empresas também enroladas nesta e em outra operação. A Hygea e a Hera, quarteirizadas pela Organização Social Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS) para administrar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura de Curitiba.
A Hera Serviços Médicos foi citada na Operação Favorito, desdobramento da Operação Lava Jato, que rendeu prisões autorizadas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, nas investigações da construção emergencial de sete hospitais de campanha para enfrentamento da pandemia do coronavírus pelo Instituto IABAS Serviços Médicos.
As empresas Hera e Hygea são do mesmo grupo liderado pelo empresário Thiago Madureira e ocupam a mesma sede no bairro Água Verde. No Rio, elas foram subcontratadas pelo IABAS. Só à Hera seriam destinados R$ 134 milhões.

Não há evidências, mas é visto como favorecimento a terceirização por conta da articulação do vereador Pier Petruzello, que conseguiu aprovação na Câmara Municipal de Curitiba com uma certa urgência na época. Petruzello é líder do prefeito Rafael Greca na Câmara de Vereadores.

A Operação Placebo, deflagrada hoje no Rio de Janeiro, investiga, além do governador Wilson Witzel, Wilson Lima, governador do Amazonas, e Helder Barbalho, do Pará, por suspeitas de fraudes e superfaturamento na compra de respiradores.

Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo