Pré-candidato a prefeitura de Curitiba, Francischini está elaborando um plano de governo que ele chama de ‘Curitiba 2050’.

Em entrevista ao Bem Paraná, concedida na última quinta-feira, Francischini falou um pouco sobre tudo. Contou sobre sua trajetória antes e depois do ingresso na política, a relação com Jair Bolsonaro, os incêndios que teve de apagar na relação do presidente da República com o ex-juiz Sergio Moro e também não poupou críticas ao atual prefeito de Curitiba e provável adversário na eleição municipal, Rafael Greca.

“No começo da pandemia ele foi frouxo, ele não teve coragem. No começo da pandemia ele devia ter sido mais firme”, diz Francischini. “Ele se omitiu, errou demais, e esse aumento de mortes e contaminação é culpa dele, que não teve coragem no começo de agir com firmeza. E agora ele age sem dialogar com os setores da sociedade”, reclama.

Seu plano de governo, conta, já está sendo elaborado e será apresentado à sociedade nos próximos meses. Um plano que ele chama de ‘Curitiba 2050’.

“Não quero fazer como os últimos prefeitos, que fizeram planejamento para quatro anos. Eu tenho olhado muito para o que o Jaime Lerner fez quando foi a primeira vez prefeito. Como é que vai ser Curitiba daqui 30 anos?”, explica o parlamentar, que tem contado com o apoio de diversas pessoas, entre elas a própria esposa, Flávia, que está ajudando na elaboração de ações sociais para a cidade e pode sair candidata a vereadora pelo PSL – o filho do casal, Felipe Francischini, já é deputado federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

BP: Desde antes do senhor assumir a Sesp já comentavam seu nome para ser candidato a prefeito em Curitiba. E neste ano, como vai ser?

Francischini: Já temos uma definição. É uma pré-candidatura pela legislação, mas é sem volta. O partido tem incentivado muito também e eu acho que, pela última votação… Foi o recorde não só no Paraná, mas também em Curitiba.140 mil votos só na Capital, quase 15% dos votos na cidade. Já quase me bota no segundo turno só com o que eu fiz de deputado, concorrendo com mais de 800 [nomes]. E se eu concorrer, vou concorrer com mais uns oito, sete [candidatos pela Prefeitura]. Então mostra que tenho um eleitorado que pensa como eu: conservador nos costumes, liberal na economia, que pensa que temos de ter um Estado pequeno, que cuide só do essencial, que o supérfluo tem que ir pra iniciativa privada, que tem que defender a família e que a família é a base de tudo na sociedade, mas que saiba respeitar as diferenças, quem pensa diferente, quem tem opção sexual diferente.

É você saber conviver em sociedade. Você pode ter tal posição, mas não pode ser um radical doente que você, porque o outro não pensa igual a você, ele é teu inimigo ou teu adversário. Ele é alguém para você debater. Eu fiz 50 anos agora em março. Aquele que era mais aguerrido com 30 e poucos anos, quando foi pro Congresso Nacional, hoje já é alguém mais experiente, mais vivido, tanto que eu convivo bem com todos os partidos. Exemplo disso é que fui relator e aprovei nesta semana um projeto de lei do PT, da inclusão denúncia por WhatsApp de violência contra a mulher. Eu fui o relator do projeto e sem problema nenhum com quem pensa diferente ideologicamente. O projeto no mérito é bom e eu dei um parecer positivo.

A gente aprender a dialogar com as diferenças vem muito com o tempo e a experiência. E acho que essa candidatura está muito forte justamente por isso. O prefeito atual tem uma boa aprovação, mas nos últimos meses a situação da cidade ficou muito difícil por omissão dele, por falta de ação, por ter privilegiado setores como os grandes empresários do transporte coletivo, as grandes construtoras de asfalto, em detrimento dos pequenos empresários que quebraram e dos milhares de desempregados da cidade. Ele usou tudo o que tinha de reserva para socorrer as empresas de ônibus e os empresários de asfalto e esqueceu de criar qualquer tipo de ajuda pros micro e pequenos empresários da cidade. Isso mostra que Curitiba, nos últimos anos, infelizmente se preocupou muito com o concreto, com o asfalto, com as obras, e esqueceu de cuidar das pessoas. Então o meu foco é muito nessa visão. Vamos continuar cuidando da Curitiba bonita que conhecemos, mas vamos lembrar que tem um contingente gigante nos bairros periféricos que estão esquecidos.

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Foto: Divulgação/Internet/Franklin de Freitas